Real Irmandade de Santa Beatriz da Silva

Madre Custódia Maria do Sacramento

A Venerável Custódia do Sacramente nasceu, no dia 17 de Junho de 1706, em Veiga de Penso, na freguesia de Santo Estevão, Braga. Era filha de Manuel Ribeiro Veiga e de Catarina de Couto. Foi baptizada três dias depois do nascimento, pelo Pe. João de Couto, Reitor de Ronde e seu tio. Era a última filha de seus pais, tendo mais sete irmãos.

Cresceu no lugar ond enasceu, havendo histórias de que, já com cerca de quatro e cinco anos fugia de casa e ia para a Igreja onde foi encontrada, várias vezes a rezar, de joelhos, fervorosamente.

Desde tenra idade, era um exemplo de caridade para com os pobres, dando tudo o que tinha, quer a nível de alimentos quer a nível de roupas ou objectos.

Na adolescência, a cada dia que passava, aumentavam as suas virtudes. Apesar de vir de uma familia com posses, e de haver criados em casa, ela dedicava-se aos mais humildes exercicios domésticos e de lides de casa. Nos intervalos ou momentos livres, ia á Missa ou visitar a Via Sacra.

Já adulta, era uma mulher bonita, de rosto formoso, algo trigueiro e olhos claros e brilhantes. Trajava sempre de forma discreta. No entanto, a sua alma suplantava a beleza exterior...

Aos 27 anos entra no Convento da Conceição, em Braga.

Na festa do Anjo Custódio, no dia 2 de Outubro de 1733, Custódia toma o hábito de noviça. Durante este período, não só cumpria fervorosamente com as suas obrigações, como as suplantava. 

Curiosamente, foi no dia 2 de Outubro que também tomou a sua profissão, para alegria de todos.

Uma das suas maiores virtudes da sua espiritualidade era uma profunda vida interior, de uma riqueza excepcional.

Após cinco anos de ter entrado ao serviço da religião, e com a idade de 33 anos, adoece, sendo um dos sintomas, o facto de deitar sangue pela boca.

Durante algum tempo melhorou tentando levar uma vida normal. No dia 12 de Abril de 1739, e após dezoito meses da morte do seu pai, morre a sua mãe, causando-lhe um abalo profundo.

Durante alguns meses, e apesar do seu sofrimento constante, Custódia Maria continuava a ir-se confessar ao Coro, comungar e ouvir a Missa.

Tendo plenamente consciência do seu estado durante este periodo, e chegado o dia 20 de Junho de 1739, sábado, foi comungar como era de hábito. No dia seguinte, 21 de Junho, foi comungar como de costume, passando essa noite em agonia. Na manhã de segunda feira, já não a deixando levantar-se, tomou a sagrada comunhão na sua cela, após o que pediu perdão a toda a Comunidade, sendo-lhe dada a Extrêma-Unção. Pediu ainda um crucifixo, para aconchegon da sua alma.

Dia 22 de Junho, entre as sete horas e as oito horas da manhã, com 33 anos de idade e seis de serviço ao Senhor, entrega-se a Deus.

• Prodígios
Depois de morrer, permanceu com se estivesse viva, com o rosto ainda mais formoso que o habitual, conservando também a sua flexibilidade. Pode-se lêr na sua biografia que: “o concurso da gente era tanto, que foi preciso porem-se na grade e na Portaria Religiosa para repartirem bocadinhos de hábito, de véu, e de outras coisas do seu uso, para assim satisfazer a ânsia com que todos pediam relíquias da serva de Deus, e nem assim se pode contentar a todos, e os que as alcançavam, iam tão contentes como se levassem jóias de grande preço”.
Averbado à margem do livro de assento de Baptismo de Custódia Maria, encontra-se: “Faleceu a 22 do mês de Junho do ano 1739 no Convento da Conceição com grande opinião de Santidade”.

• Beatificação

A Madre Maria Benta do Céu, que ainda conheceu a Madre Custódia, e depois de saber de todas as suas virtudes e percurso de santidade, empenha-se na tarefa incansável e esforçosa na organização do Processo de Beatificação da Madre Custódia.

Os primeiros passos do Processo de Beatificação, tem data de Novembro de 1772.